Dividindo as dúvidas e os conhecimentos

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Como não só médicos, mas outros profissionais de saúde estão envolvidos no tratamento dos pacientes portadores de HIV/AIDS, formalmente estão sendo convidados a participar das discussões, enviar casos e dúvidas. Para enviar um caso ou uma dúvida, clique no final de um caso, em comentário, mesmo que não seja diretamente relacionado a ele. Será visto pela adminstradora do blog e será publicado. Se não tiver uma identidade das listadas, publique como anônimo.

Ao publicar este blog minha intenção é criar uma rede de médicos que, por meio da discussão de casos clínicos, possam atender ainda melhor seus pacientes. As dúvidas também podem ser transformadas em situações hipotéticas sobre as quais poderemos debater. Todos os interessados são bem vindos.

30/05/10 Alteração nas postagens:
Ao criar o novo nome para o nosso blog, tive que passar todos os comentários do antigo para cá e por vezes errei, colei 2 vezes ou em lugar errado e tive que apagar. É por isso que está aparecendo que algumas postagens foram excluídas por mim. Pior: não consegui copiar os seguidores para este blog.
Desculpa, mas sou uma blogueira iniciante e errante.
Tânia

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domingo, 30 de janeiro de 2011

Caso 26- Masculino, 48 anos, falha terapêutica

Motivo da discussão:


1- Discitir os motivos para as falhas terapêuticas
2- Sugerir um esquema ARV para resgate

MASC, 48 anos.
Primeiro anti HIV+ em 12/1996

Esquemas antirretrovirais:

AZT/ddI 08/97-09/97
AZT/DDI/IDV 09/97-12/98
AZT/3TC/IDV 12/98-09/99
D4T/EFV/SQV/RTV 09/99-02/02
D4T/3TC/SQV/RTV 02/02-05/04
AZT/3TC/NVP 05/04-03/05
AZT/3TC/EFV 03/05/-08/05
AZT/3TC/SQV/NVP 08/05-05/07
AZT/3TC/LPV-R 05/07-06/08
AZT/3TC/DRVr/T20 06/08-10/10

Todas as trocas foram por falha terapêutica.

Ficou com CV <50/mm3>
Ultimo CD4 401
Carga viral 5866/mm3 (3,77log)

GENO 08/11/10

Transcriptase reversa: 41L, 44D, 67N, 69D, 118I, 184V, 208H, 210W, 215Y, 219R

Protease: 10F, 13V, 32I, 33F, 34Q, 46L, 53L, 54L/V, 55R, 62V, 63P, 71V, 74P,
77I, 82A, 90M, 93L
Por ser este um caso da RENAGENO, só temos estas informações.


7 comentários:

  1. Minha sugestão para um novo esquema seria a troca do AZT pelo TDF, suspender o T20, manter o DRVr e tentar o teste tropismo para o Maraviroque.

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  2. Algoritimo brasileiro
    http://forrest.ime.usp.br:3001/public_analyses/analyse
    TR:
    Resistente: TDF, 3TC, ABC, AZT, AZT+3TC, d4T
    Intermediário: TDF +3TC
    Sensível: EFV, NVP, ETV
    Protease:
    Resistente: ATV, FPV, FPV/r, IDV, IDV/r, LPV/r, NFV, RTV, SQV, SQV/r, TPV/r
    Intermediário: ATV/r, DRV/r
    Analisando a história de ARV:
    Já falhou com EFV e NVP- dá até para se considerar que possa ter sensibilidade a ETV, mas, não ao EFV e NVP. As mutações desapareceram porque não usa ITRNN desde 06/2008.
    Para lembrar:
    Score mutacional Etravirina:
    0 - 2- reposta máxima; 2,5 - 3,5- intermediária; =>4 - mínima.
    3 pontos: Y181I/V
    2,5 pontos: L100I, K101P, Y181C, M230L
    1,5 pontos: V106I, E138A, V179F, G190S
    1 ponto: V90I, A98G, K101E/H, V179T/D, V190A.

    Na protease:
    Tem 10F, 32I, 33F, 54L, 54V,71V, 90M- mais de 6 mutações para ATV/r. Eu consideraria resistente.

    Para DRV/r
    Recordando: mutações principais para DRV:
    11I, 32I, 33F, 47V, 50V, 54L/M, 73S, 74P, 76V, 84V, 89V
    Nosso paciente tem,32I, 33F, 54L, 74P. Está intermediário para DRV/r, mas com mutações de peso.

    O que temos no momento:
    1- Plenamente ativo: Raltegravir- nunca usou
    2- Intermediário: TDF + 3TC, DRV/r. Talvez ETV valha a pena pela possibilidade de efeito residual, mesmo que já tenha mutações de resistência (DUET).
    3- Esquema falhado com T20- só poderia ficar caso pudesse fazer genotipagem para T20 e ainda fosse ativo. Não tem como fazer, suspender já.

    Concordo plenamente com a Maria em relação ao teste de tropismo. Se for R5 temos a segunda droga plenamente ativa para compor o esquema com TDF + 3TC + DRV/r + RAL com ou sem ETV.

    Gostaria de observar que nós todos, ao pedirmos uma genotipagem poderíamos informar resultados de genotipagens panteriores. Imagino que, pelo menos, nas 2 últimas falhas tenha feito teste de resistência para compor o esquema de resgate. Para melhorar a qualidade do laudo do MRG também seria ótimo se tivéssemos as comorbidades o que poderia ser crucial para a proposta de uma ou outra droga ou até esquemas menos comuns, porém mais adequados ao paciente.
    Tânia

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  3. Em tempo:
    Quero colocar uma questão em debate:

    O paciente em questão está com CD4>400.

    Poderíamos simplificar o esquema e agiardar disponibilidade de drogas novas?

    Se sim, que esquema simplificado você proporia?

    Tânia

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  4. Oi Tânia!!

    Este vírus tem resistência importante na transcriptase reversa e o DRV/r (apesar de não totalmente comprometido) está bem prejudicado com um fold change provavelmente próximo a 40
    Colocar apenas RAL como droga plenamente ativa, que tem baixa barreira genética, seria muito arriscado.
    Paciente com este histórico de uso de ARV, a chance de ter vírus com tropismo exclusivo para R5 é menor que 50 %.
    Sou a favor de incluir a ETR neste caso sim. Seria importante batalhar a adesão do paciente (que tiveram momentos em que ele apresentou CV < 50, o que é bom sinal..)
    Quanto mais tempo com esquema virologicamente seguro, mantendo CV indetectável, mais chances do paciente ter novas drogas para o uso futuro, do que usar apenas RAL agora e falhar em curto prazo...
    Espero que tenha ajudado! Bjao grande!

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  5. Gustavo:
    Você ajuda sempre.
    Você tem razão quanto a ETV mas não acha que 50% de possibilidade de ser R5 mais do que justifica a realização do teste de tropismo já que o benefício que poderá obter com o uso do maraviroque, se o vírus tiver tropismo pelo CCR5 será incontestável?
    Bj
    Tânia

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  6. Eu acho que neste caso, como o IP está comprometido, dois medicamentos com atividade máxima seriam importantes juntos com o TDF/3TC e DRV-r. RAL sem dúvida e o segundo poderia ser ETV ou MVQ. Se o tropismo for favorál, talvez o mais seguro fosse MRV. O estudo que fizemos na EPM com teste da Monogram em 120 pacientes com nadir de CD4<200 e resistência às 3 classes demonstrou 56% de variantes R5. Isto foi apresentado como late break em Duban. Outros estudos com multiexperimentados mostram de 50 a 62% (TOR1 e 2, ACTG 5211, MOTIVATE 1 e 2). A ETV pode ter sido comprometida pelo uso prévio de NVP e EFV, mas mesmo com mutações como a 181, a sua atividade residual pode ser considerada. Não acho ser necessária a associação de ETV e MRVQ ao mesmo tempo já que a CV parece ser favorável.
    Ricardo Diaz

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  7. Recebi notícias deste caso.
    O paciente foi revisto pela última vez em 01/07/2011.
    Em uso de TDF + 3TC + DRV/r + RAl + ETV
    O teste de tropismo mostrou tratar-se de HIV X4 trópico, inviabilizando o uso do Maraviroque.
    Como falhou em esquema com T20 ele foi desconsiderado para o resgate.
    Em maio fez 1 ano da troca de esquema.
    A carga de junho foi 120 Cp/ml e o CD4 270/mm3. É pouco provável que atinja o objetivo de < 40 cp/ml com o arsenal terapêutico que agora temos disponível, mas ressuscitou.
    Parou de fumar há 15 dias com o susto que levou pois teve angina e colocou 1 stent.

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